quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CLOSE - FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DA DIVERSIDADE SEXUAL


No dia 5 de dezembro, participei da segunda edição do CLOSE – Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual, enquanto diretor do Sindbancários de Porto Alegre, que acolheu o festival no CineBancários, fui convidado a entregar o premio de melhor atriz. Para nós, do Sindbancários, foi um imenso prazer receber a segunda edição do CLOSE.

A luta dos movimentos sociais é legitima e muito importante para a sociedade e o nosso sindicato, que luta pelos direitos da categoria bancária, também se engaja no combate contra à discriminação, seja ela de que natureza for. Também lutamos para garantir melhores condições aos nossos trabalhadores, buscando sempre proteger as conquistas já obtidas e almejando o aperfeiçoamento da categoria através da conquista de direitos a que fizemos jus, mas que por uma razão ou outra, ainda não nos foram alcançados pelos que detém o poder político.

No que pertine ao tema do festival, gostaria de registrar que são freqüentes as denúncias que recebemos visando sobre atos de discriminação contra os trabalhadores LGBTT, porém como é difícil a identificação e punição dos responsáveis por tais atos – por conta de uma legislação atrasada e da dissimulação dos atos dos agentes desses delitos. Entendemos ser de suma importância incentivar movimentos com o Grupo SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade que desenvolveu o projeto em parceria com a AVANTE filmes , ainda mais recebendo aqui na Casa do Bancário o CLOSE, a fim de chamar a atenção da sociedade e da categoria bancária para o tema, possibilitando um debate sadio e elevado, de modo a aperfeiçoar o nível de conscientização das pessoas acerca dessa questão.

Esperamos ter recebido a contento o CLOSE nas nossas dependências e agradecemos essa oportunidade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

A Semana da Consciência Negra realizada pelo Sindbancários de Porto Alegre, entre 14 e 21 de novembro, contou com uma programação repleta de atividades com o objetivo de dialogar com as questões da categoria bancária e a sociedade em geral, trazendo o debate sobre a discriminação que sofre a população negra e para promover a valorização da cultura afro-brasileira.
Iniciamos a programação com um debate que contou com a presença do Dr. Pedro Caldas Chadarevian, professor no curso de Ciências Econômicas e no mestrado em Economia Aplicada da UFSCar (Campus Sorocaba); possui graduação em Economia pela Universidade de São Paulo (1998), mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Economia no IHEAL, Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle (2006); é pesquisador do Grupo de Pesquisa CNPq "Trabalho, Sindicalismo e Sociedade".
A palestra “A Teoria Econômica do Racismo no Brasil”, ministrada pelo Dr. Pedro, teve como referência a sua tese de doutorado e foi realizada nas dependências do Sindbancários. O palestrante explica que mesmo a implementação de políticas afirmativas na área da educação, que resultaram em um aumento da escolaridade da população negra, essa população não teve um aumento da sua renda.

O negro é o último a ser contratado e o primeiro a ser demitido – afirma o palestrante.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Saúde Bucal Nascimento Gurgel



A proposta de análise desse vídeo foi feita pelos professores Luiz Felipe Pinto e Marilise Mesquita como critério de avaliação para Tutoria IV, do curso de Análise de Políticas e Sistemas de Saúde.
Podemos associar o vídeo com o eixo de Educação e Promoção em Saúde, através de uma intervenção teatral para crianças. O teatro apresentado trata sobre saúde bucal, possui um caráter prescritivo e caracterizado pelo culpabilização do indivíduo. O teatro inicia com a história de Maria, uma menina que não queria tomar banho, nem escovar os dentes, não usava flúor e não ia ao dentista, por isso ela era muito “sujinha” e como conseqüência disso os “amiguinhos” fugiam dela. Após esse início surge o “Super Dente” que dá diversas prescrições para as crianças, como escovar os dentes, usar flúor, ir ao dentista; como se todas essas práticas fossem exclusivamente de responsabilidade daquelas crianças.

Acredito que a intervenção é válida, desde que tenha um suporte posterior, proporcionando para as crianças o material necessário para higiene bucal e auxilio dentro da própria escola que proporcione a construção de um hábito no cotidiano dessas crianças, que elas possam naturalmente se apropriar da importância dos hábitos de higiene bucal. Como sugestão essa intervenção possa ser mais interativa com as criança e que tenha um acompanhamento individualizado, integrando também os profissionais da escola e se possível os pais.

Durante a realização do VER-SUS Gestão em Saúde RIO, tive a oportunidade de conhecer a iniciativa uma das Clínicas da Família, em Barra de Guaratiba. Nos foi apresentado o projeto do escovário móvel, que foi construído por iniciativa de um morador da comunidade em parceria com o dentista Leonardo que integra a equipe de saúde bucal. O escovário móvel é uma estratégia de promoção à saúde bucal destinada principalmente às crianças, visa proporcionar ações educativas e de auto-cuidado para os membros da comunidade que ainda não estão freqüentando a clínica. O escovário móvel pode ser levado a qualquer lugar, comunidade, escola e tem o acompanhamento dos profissionais do serviço de saúde, que também fornece todo o material necessário para higiene bucal, assim como acompanha as crianças no processo de escovação. Acredito que com algumas modificações na apresentação de teatro em conjunto com o escovário móvel teríamos uma estratégia de Promoção da Saúde mais completa para as crianças.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Seminário Internacional Saúde do Trabalhador BancárioSeminário Internacional Saúde do Trabalhador Bancário


O Seminário Internacional Saúde do Trabalhador Bancário aconteceu em São Paulo, no dia 24 de agosto. O objetivo do seminário foi a divulgação do livro Saúde dos Bancários, organizado pelo professor Laerte Idal Sznelwar, com coordenação de Juvandia Moreira Leite (presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região) e Walcir Previtale Bruno (Secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de SP). O livro é composto de 18 capítulos que abordam os temas de saúde e condições de trabalho da categoria bancária. O seminário foi apresentado em seis mesas, uma apresentação de pequisa, debates, etc. Cada um dos componentes das mesas participou da autoria de um dos capítulos do livro.

Após a mesa de abertura foi apresentada a pesquisa “O impacto da organização e do ambiente de trabalho bancário na saúde física e mental da categoria”. A pesquisa foi realizada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e mostra que a categoria do ramo financeiro é aquela que mais adoece mental e fisicamente. Foram 818 bancários de bancos públicos e privados entrevistados entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011. Algumas conclusões da pesquisa sobre ser bancário: a carreira possui alta representação simbólica, existe uma forte dependência econômica e social, auto percepção dos bancários de baixa qualificação e sem chances no mercado de trabalho. A organização bancária como “causadora” de doenças ocupacionais: 66% dos bancários acreditam que a forma como está organizada e como se desenvolvem as atividades bancárias resultam em doenças ocupacionais.

A primeira mesa tratou sobre “Saúde, Saúde Mental e Trabalho Bancário” e foi apresentada pela médica e pesquisadora da FUDACENTRO, Maria Maeno; pela psicóloga e professora do curso de psicologia da PUC-SP, Renata Paparelli; pela psicóloga e professora do departamento de psicologia da UFPR, Lis Andrea Sobol; e também pela psicóloga e professora do curso de psicologia do Instituto de Ensino Superior de Brasília, Elizabeth Zulmira Rossi. A mesa explanou sobre o conceito de assédio moral enquanto uma patologia da solidão e estratégia de gestão organizacional no setor bancário, também diferenciou o assédio moral objetivo que possui por características um conjunto de prática e comportamentos agressivos e hostis com caráter contínuo e repetitivo, e o assédio moral subjetivo que se caracteriza em expor o trabalhador a vivências de humilhação e constrangimento e afeta a dignidade do empregado. Também abordou os conceitos assédio moral interpessoal que possui um alvo específico, envolvendo pessoalidade e tem como foco a destruição do trabalhador utilizando a estratégia de armadilhas, e assedio moral organizacional que trata da estratégia de gestão organizacional da empresa, grupo ou gerente com alvo determinável ou coletivo e possui foco na produtividade.

Na segunda mesa intitulada “Desafios Jurídicos Relacionados à Saúde do Bancário” que foi apresentada pela advogada e assessora jurídica SEEB/SP, Maria Leonor Poços Jakobsen; pelo advogado, juiz do trabalho e vice-presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho, Luis Paulo Passoti Valente; e pelo advogado, professor e assessor sindical, Antônio de Arruda Rebouças. A Dra. Maria Leonora se deteve nas questões do departamento médico da empresa, em porque os trabalhadores são obrigados a se submeter ao exame admissional por um profissional médico escolhido pela organização mesmo antes de um contrato de trabalho estabelecido, também falou sobre os processos de demissão de trabalhadores adoecidos. O Dr. Luis Paulo tratou de explanar sobre o conceito de colaborador ao invés de empregado adotado pelos bancos, apesar de parecer uma mera questão de denominação, mas na realidade traduz uma estratégia da organização em se isentar de responsabilidades do contrato de trabalho alterando o conceito estabelecido na CLT. Além disso, o Dr. Luis Paulo também abordou questões sobre a legislação previdenciária, legislação trabalhista e direito do trabalho. Enquanto o Dr. Antônio Arruda Rebouças, entre outras questões, abordou sobre o direito do tralhador em conhecer os riscos da função que exerce, direito esse estabelecido pela Organização Internacional do Trabalho.

A mesa sobre "Ergonomia, Econômia e Trabalho Bancário", foi terceira mesa do dia, apresentada por Julia Issy Abrahão, psicóloga ergonomista e professora da USP; François Hubault, economista ergonomista e professor do CEP - Ergonomia e Ecologia Humana – Université Paris 1 Atemi; Cristian Du Tertre, economista e professor de Ciências Econômicas - Université Paris Diderot-Paris 7 – Ladyss – CNRS – Atemis; Gilbert Cardoso Bouyer, engenheiro e professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Ouro Preto. As questões abordadas nessa mesas tratam da autonomia do trabalhador, sobre os diferentes processos cognitivos que o trabalhador bancário tem que utilizar durante sua jornada de trabalho exercendo funções diferentes, por exemplo caixa e ao mesmo tempo vendedor, a alternância de processos cognitivos é responsável por causar exaustão e o adoecimento. Também foram abordados questões sobre os efeitos do trabalho na organização social, gestão e saúde.

A penúltima mesa foi nominada “O trabalho bancário e a subjetividade”. Apresentada por Duarte Rolo, psicólogo e doutorando no Conservatoire National de Arts et Métiers, Paris, França; tratou sobre o sofrimento ético quando o empregado se permite fazer algo que não condiz com seus valores, como a venda de produtos que os clientes não necessitam para atingir as mestas estabelecidas pela organização. O psicólogo do Instituto de Investigaciones, Facultad de Psicologia, Universidad de Buenos Aires, Patrício Nunes também participou da apresentação dessa mesa abordando a banalização do sofrimento próprio e do outros como forma de lidar com a realidade desenvolvendo estratégias de defesa para lidar com as metas abusivas e assumindo os objetivos da organização como se fossem seus objetivos pessoais, isso causa sofrimento ético, físico e mental. O psicólogo e professor da Eaesp – FGV, Seiji Uchida abordou a questão da mentira do trabalho que no desenho das estratégias de gestão organizacional condiciona o trabalhador a mentir para conseguir atingir as metas estabelecidas, também explicou que existem dispositivos sociais para controle e domínio das emoções que funcionam como estratégias de defesa individuais ou coletivas que controlam o sofrimento, fazendo com que o trabalhador chegue num estado de limite emocional, quando essa defesa desmorona o sujeito encontra-se em um estado emocional devastado. O cientista social e professor da FACAMP, Luciano Pereira fez um retrospectiva do movimento operário que surgiu propondo modificações no mundo do trabalho e a busca pelo reconhecimento manipulado pela gestão organizacional.

Na última mesa sobre “Psicodinâmica do Trabalho e Construção da Saúde do Bancário” apresentada por Laerte Idal Sznelwar, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP,
abordou o conceito de mentira banalizada, aquela que se tornana um hábito para o atingimento das metas abusivas, também se torna uma verdade e causa o isolamento do trabalhador, partindo da premissa que a mentira não pode ser compartilhada, esse processo acaba causando sofrimento. Também explicou que todo o esforço humano causa certo sofrimento, porém esse sofrimento pode ser compensado pelo prazer que é proporcionado quando se atinge um objetivo; no trabalho bancário, devido as metas inatingíveis dos processos de gestão organizacional dos bancos, o empregado não tem possibilidade de atingir as metas que são abusivas e irreais, causando uma frustração por nunca poder compensar o sofrimento causado pelo esforço com o prazer de atingir o objetivo. Cristophe Dejours, professor titular da cadeira “Psychanalyse Santé Travail, Conservatoire National des Arts et Métiers”, diretor da equipe de pesquisa “Psychodynamique du Travail et de l'Action” fechou a mesa com a questão do sindicalismo se desenvolvendo historicamente sem tratar da questão da saúde, porém considera uma virada histórica a mobilização política para tratar das questões que envolvem saúde e trabalho. Tratou também sobre os mecanismos de defesa e controle, como estratégias para lidar com os problemas de trabalho e principalmente sobre o trabalho enquanto mediador na construção da sanidade, fazendo a transposição entre a psicopatologia do trabalho para a psicodinâmica do trabalho que aborda a questão das relações de trabalho em um contexto mais ampliado.

O Sindbancários de Porto Alegre e Região metropolitana enviou como representantes para o seminário a Assessora de Saúde e Condições de Trabalho Jaceia Netz e o Diretor do Banrisul Fabiano Barnart que trouxeram um exemplar da publicação “Saúde dos Bancários” que está a disposição na biblioteca do Sindbancários.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

FALA - SECOS E MOLHADOS

Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto
Fala
lá, lá, lá, lá, lá, lá. lá, lá, lá
Fala
Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu escuto
Fala
lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Fala

quinta-feira, 3 de março de 2011

OS MISERÁVEIS




"Veremos o quão importante é trazer para mente humana a revolução radical. Essa crise é uma crise na consciência. Uma crise que não pode mais aceitar as velhas normas, os velhos padrões, as antigas tradições. E, considerando o que o mundo é hoje, com toda a miséria, conflito, brutalidade agressiva, agressão e assim por diante...
O homem ainda é mesmo de antes. Ainda é bruto, violento, agressivo, acumulador, competitivo. Ele construiu uma sociedade nestes termos."
Zeitgeist - Addendum

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UMA SIMPLES NOITE NO CAPS III

“A loucura é a vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.” (Lispector, Clarice - 1974)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CAPS III - UNIDADE DE SAÚDE DA ROCINHA


"Queremos uma sociedade em que ninguém vai te excluir, mas sim incluir. A nossa sociedade vai ser igual a sociedade de cada um."
Maria do Socorro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

BEM VINDOS À CIDADE DA ROCINHA!!!

As fotos abaixo foram tiradas no segundo dia de visita à comunidade da Rocinha, mas confesso que tinham me chamado atenção desde o primeiro dia, porém não me senti seguro suficiente para fotografar. Esse é um ótimo exemplo do perigo de uma única história, pois eu só conhecia a história contada pela mídia e achava que a Rocinha se resumia a um local de tráfico e violência.
Para minha surpresa, após postar essas fotos no facebook, recebi o seguinte comentário de uma das profissionais que conheci no CAPS:

" Engraçado, eu sempre quis fotografar as paredes informativas de lá e sempre tive medo de fazer isso e voltar no dia seguinte..." L.F.

Será que criar coragem para fotografar as paredes informativas, no segundo dia de visita, foi uma atitude de ingenuidade proporcionada por uma ilusão de segurança ou um real sentimento de acolhimento?
Acredito que jamais saberemos todas as respostas.

Saúde da Família

"A cobertura de 100% de saúde da família no bairro da Rocinha é a principal marca da reforma da atenção primária na cidade do Rio de Janeiro. Serviços personalizados e territorializados, onde o cidadão sabe qual unidade é responsável pela sua entrada no sistema único de saúde. Marcam a consolidação de um sistema único e universal. Certamente mais que a reforma do modelo da atenção a saúde, é fundametalmente uma reforma de sociedade."

Achei muito interessante esse comentário sobre a estratégia de saúde da família, até conhecer na prática a Rocinha. No segundo dia, o grupo de estudantes foi divididos em grupos menores que acompanharam as equipes da Unidade de Saúde da Rocinha. O meu grupo acompanhou um Agente Comunitário de Saúde e um enfermeiro para fazer um mapeamento da área pela qual são responsáveis. O mapeamento consiste em fazer um levantamento de quantas residências existe no local, visitar as casas dos usuários convidando os mesmos para conhecer à Clínica da Família.
Durante a jornada pela Rocinha pudemos observar a precariedade que aquela população vive (sobrevive), as casa estão amontoadas uma em cima da outra, muitas sem a mínima estrutura de saneamento básico, esgotos a céu aberto, pouca iluminação, lixo por todos os lados, e um cheiro quase insuportável; corredores estreitos, escuros e úmidos. Escadas que parecem nunca terminar e que dão a impressão que vão desmoronar a qualquer instante.
Será que com todas essas dificuldade que encontramos é possível ter noção de quantas pessoas vivem nesse território?
Acredito que não, pois alguns lugares são de difícil acesso e na maioria das vezes não encontramos ninguém em casa.
Além disso, as pessoas trabalham nos mais diversos horários Será que realmente a Unidade de Saúde presta serviços a 100% da população? Muitas daquelas pessoas só vêm para casa para dormir, em que momento os Agentes Comunitários localizam essas pessoas?







domingo, 23 de janeiro de 2011

CHIMAMANDA ADICHIE - The danger of a single story


Esse vídeo é uma homenagem a Nadine, para relembrar uma conversa que tivemos e se tornou uma otima oportunidade para reflexão. Nadine é de Guiné-Bissau, na Africa, faz mestrado na Fiocruz e tivemos a honra de ter sua companhia durante os 15 dias de vivências do VER-SUS.






sábado, 22 de janeiro de 2011

OFICINA DE FOTOGRAFIA COM PETER LLICCIEV


No sábado tivemos uma oficina de fotografia com o fotógrafo Peter Llicciev no hotel Granada. Tivemos noções de enquadramento, luz, foco e argumento para conseguir registrar o nosso olhar da melhor maneira possível. Após oficina teórica tivemos a oportunidade de fazer uma saída de campo para o bairro Santa Teresa com o objetivo de treinar e aprimorar na prática nossos novos conhecimentos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

VISITA A UPA MANGUINHOS


Durante a visita a UPA Manguinhos (Unidade de Pronto Atendimento) que funciona durante as 24 horas do dia, sete dias por semana, tivemos a oportunidade de conhecer todas as instalações do serviço, que tem por especialidade o serviço pré-hospitalar específico para pequenas e médias urgências e emergências, inclusive odontológicas. Os casos mais graves são acolhidos e permanecem na unidade até que sejam removidos para um hospital de referencia.
A UPA Manguinhos está inserida no Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção à Saúde que é subordinada à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Podemos observar que no dia da visitação não havia nenhum profissional de odontologia. Quando questionamos a responsável que nos acompanhava, fomos informados que na Unidade o atendimento odontológico ocorre apenas uma vez por semana, ou seja, apesar de informar que possui atendimento 24 h, quando o usuário necessitar de um atendimento odontológico nos dia que o profissional não se encontra terá que recorrer a outro serviço público de saúde ou mesmo um serviço particular, caso tenha condições financeiras para isso. Tratando-se de uma comunidade carente, acredito que a maioria fica sem atendimento, mesmo que fosse agendado para outro dia, o profissional não conseguiria atender a demanda dos outros seis dias em apenas um.
Durante a visita tivemos oportunidade de conversar com a profissional responsável pelo Serviço Social da Unidade, além de socióloga, também atua como professora de sociologia na rede estadual e privada. Na entrevista abordamos a questão da UPA estar localizada em uma área geográfica de risco, a comunidade de Manguinhos e pela sua proximidade com o Complexo do Alemão. A entrevistada explicou que existe uma necessidade dessa Unidade de saúde ser acolhida pela comunidade para seu funcionamento e que uma das estratégias utilizadas é a contratação de profissionais de saúde que residam naquela área.
Além disso, relatou que as maiores demandas de atendimento são os casos de violências doméstica (mulheres, crianças e idosos), tuberculose, meningite e vítimas de armas de fogo.
Questionamos a profissional sobre casos de violência contra a população LGBT (lésbicas, gueis, bissexuais, travestis e transgêneros), que não havia mencionado no seu relato, ela informou que naquela unidade não havia sido efetuado nenhum atendimento desse tipo que fosse de seu conhecimento.
Nos casos de violência doméstica existe uma preocupação do serviço em fazer um acompanhamento investigativo, quando existe uma suspeita de violência contra criança, por exemplo; inclusive mencionou que se necessário o Conselho Tutelar é acionado, além disso, esses casos são notificados para gerar indicadores de violência. No entanto, compartilhou sobre a dificuldade em investigar casos de homofobia e encaminhar, pois ainda não existem lugares especializados. Admitiu também que para outros casos de violências sabe para onde encaminhar e de que maneira proceder, mas que nos casos de homofobia até tem anotado como proceder, mas não está na ponta da língua. Também relatou que existem casos que a vítima não faz a denuncia ou não percebe que foi vítima de homofobia.
Os questionamentos que faço são em relação a existir um hábito, dentro dos serviços de saúde, para investigação de outros tipos de violência, mas nos casos da população LGBT os profissionais estão preparados para intervir?
Se não existe uma preparação dos profissionais para atender adequadamente essa demanda, investigar possíveis casos, acolher essa população vítima de violência e preconceito; para o SUS é como se essa demanda não existisse, se não existe notificação, muito menos haverá criação de indicadores sobre homofobia.
Inclusive a profissional não tinha conhecimento sobre a ampliação do disque 100, no ano passado, canal de denuncia sobre violação de Direitos Humanos para atender também a população LGBT.
É de suma importância a necessidade de capacitação dos profissionais da saúde, desde sua formação acadêmica e também através da educação permanente em saúde para atender toda população, independente de etnia, identidade sexual, religião,etc. Respeitando o príncio de universalidade do SUS - a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ENTREVISTA COM LEONARDO GONÇALVES


Acima temos o link da entrevista realizada com Leonardo Gonçalves, dentista da Clínica da Família Dr. Hans Junger Fernando Dohmann, na Praia da Brisa.
Nesta entrevista, Leonardo relata sua visão sobre saúde e integralidade na atenção básica, sobre o quanto o trabalho realizado na clínica mudou sua visão em relação ao SUS e a Saúde Coletiva, sua participação no projeto Dente Escola da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, a estrutura do espaço da equipe de odontologia dentro da clínica, também fala sobre a iniciativa do escovário móvel e sobre a Saúde Coletiva na sua formação acadêmica.
A parte que mais me chamou atenção foi quando ele relata que só percebeu a importância da Saúde Coletiva em sua formação depois que começou a trabalhar na Clínica da Família, pois achava um desperdício durante a graduação. Esse relato me trás algumas inquietações em relação à pedagogia utilizada, durante a graduação dos profissionais da área da saúde, para contrução de uma disciplina que aborte a temática do campo da Saúde Coletiva.
O que se faz necessário para que os graduandos percebam a importância da Saúde Coletiva? Qual estratégia devemos utilizar?
Acredito que o VER-SUS é uma importante ferramenta que nossa sociedade possui para mostrar parte realidade do SUS e a importância da Saúde Coletiva. O que nos revela um desafio e um assunto para ser pesquisado, aprofundado e discutido coletivamente ente a academia, os serviços de saúde, em todas as esferas de governo e na comunidade em geral.

ACOMPANHANDO OS PROFISSIONAIS DA CLÍNICA DE FAMÍLIA DR. HANS JUNGER FERNANDO DOHMANN

No terceiro dia do VER-SUS, 19 de janeiro, voltamos à Clínica da Família Dr. Hans Jürgen Fernando Dohmann, os alunos participantes do projeto foram divididos em grupos de aproximadamente quatro alunos, durante o todo o dia acompanhamos os profissionais da clínica em suas atividades cotidianas. O grupo que integrei foi formado por quatro estudantes, sendo dois estudantes de odontologia (Clarissa e Débora) e um estudante de Fisioterapia (Marco).

O espaço destinado ao atendimento odontológico possui duas equipes, que são compostas por dois dentistas e dois auxiliares de saúde bucal, além de contar com o apoio dos agentes comunitários de saúde. Cada equipe de saúde bucal é responsável por duas áreas territoriais, das quatro áreas de abrangência da clínica.




Integrei o grupo que acompanhou os profissionais da Saúde Bucal em suas atividades, as alunas da odontologia tiveram oportunidade de realizar atendimento aos usuários com o acompanhamento do dentista Leonardo. Além disso, fizemos uma visita a uma das áreas mais carentes do território de abrangência da clínica, o Beco da Mijança (fotos acima). Durante a visita de campo, pode-se observar a precariedade das condições de saneamento básico em que vive aquela parte da população, esgotos a céu aberto com focos de proliferação de mosquitos, ruas alagadas e embarradas. Muitas habitações não possuem o mínimo de ambiência para proporcionar qualidade de vida aos seus habitantes.




Também tivemos oportunidade de acompanhar o Dr. Leonardo durante uma orientação aos usuários da clínica no escovário que está instalado dentro da própria clínica, conforme foto abaixo:












PRODUÇÃO DE INDICADORES DE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO:


A planilha de produção da equipe de saúde bucal é feita através de um controle diário dos agendamentos. Nessa planilha está relacionado o número de faltas, remarcações, tipos de procedimentos, altas, palestras, escovações realizadas em conjunto com os usuários e os profissionais, etc. Os dentistas da equipe são os responsáveis pela análise, tabulação de dados e encaminhamento para gestão da clínica enviar esses dados para a SMSDC com fins estatísticos. Os dados são tabulados com base no preenchimento do formulário de atendimento odontológico. Esse formulário é um gerenciador das informações locais e diárias e possui os dados pessoais do usuário, além do tipo de tratamento estabelecido e é prenchido durante o atendimento pelo auxiliar de saúde bucal. Por exemplo, se durante a análise dos dados se verifica que algum usuário faltou a consulta, mas não remarcou o atendimento, a equipe tenta entrar em contato, caso não obtenha sucesso é encaminhado para que o agente comunitário faça uma visita a essa residência para averiguar o motivo e restabelecer o vínculo com o serviço.

A equipe de saúde bucal possui dois turnos por semana para poder visitar sua área de atendimento, juntamente com os agentes comunitários e outros profissionais da clínica para atender aquela população que não tem condições de ir até o serviço, por estarem acamados ou possuir alguma dificuldade de locomoção, caso não tenha atendimento prioritário se dá de preferência para áreas mais carente ou que tenham muitas crianças.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

OFICINA DE VÍDEO COM A VIDEOSAÚDE DISTRIBUIDORA DA FIOCRUZ



Neste dia, saímos de Pedra de Guaratiba para Fiocruz, onde participamos de uma oficina de vídeo com a VIDEOSAÚDE DISTRIBUIDORA DA FIOCRUZ, ministrado por Sérgio Brito, Paliran de Freitas e Neide Diniz. Durante a oficina foram passadas noções básicas de enquadramento, luz, técnicas para utilizar o zoom, além de falar sobre a história do cinema, da necessidade de se ter um forte argumento e da narrativa no momento de desenvolver um roteiro, ou seja, aquilo que queremos expressar. Essa oficina pretende nos auxiliar na construção coletiva de um documentário, que será produzido através das filmagens que fizemos durante a experiência VER-SUS. Essas filmagens são a tradução dos diversos olhares que cada um dos alunos participantes do projeto captou durante essa jornada.

Podemos ter idéia do que possa vir a ser um roteiro, ou até mesmo um roteiro pronto, mas nunca temos idéia de como vamos encontrar a realidade quando iniciamos uma filmagem de documentário. O cotidiano que iremos gravar, dificilmente irá expressar a realidade na integra, visto que o fato de estarmos filmando já vai interferir na realidade, por isso a importância desta oficina que nos proporcionou técnicas que visam interferir o mínimo para que o outro não perca sua capacidade de se sentir a vontade, com o objetivo de aproximar ao máximo os nossos olhares da realidade.

Também nos foi apresentado noções de edição e conversamos muito sobre a importância da ética neste trabalho, para sempre respeitar a individualidade do outro durante a produção
.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

VISITA A CLÍNICA DA FAMÍLIA DR. HANS DOHMANN


Iniciamos o primeiro dia do VER-SUS saindo do hotel fazenda em Pedra de Guaratiba para visitar a Clínica da Família Dr. Hans Jürgen Fernando Dohmann, na praia da Brisa, responsável por atender uma área com mais de 16 mil habitantes. A Clínica da Família através de estratégias simples visa aproximar o serviço de saúde da comunidade, trabalhando para população viver melhor. Trazendo diversos profissionais para equipe de atendimento com o objetivo de construir ações em saúde verdadeiramente integrais. Na parte da manhã fomos recebidos pelos profissionais da clínica, servidores da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro - SMSDC. Começamos com uma rodada de apresentações, onde cada um teve oportunidade de fazer um breve relato de sua trajetória profissional e/ou acadêmica. Após as apresentações tivemos palestras sobre a Academia Carioca, o programa Saúde Presente da SMSDC, logo em seguida fizemos uma visitação às dependências da clínica.


Em sua estrutura existem espaços diferenciados de atenção à saúde da mulher, higiene bucal, consultórios, sala de ultrassonografia, raio-x, sala dos agentes comunitários, sala de observação clínica, sala de procedimentos, curativos, coleta, espaço da horta comunitária, centro de cultura e idéias, entre outros serviços.
O Centro de Culturas e Idéias é um espaço destinado para reuniões entre os profissionais do serviço e palestras de promoção à saúde para a comunidade local. O diferencial da clínica é ser um espaço não só de atenção primária à saúde, como também de promoção à saúde e acolhimento para a população local, o atendimento é feito para toda a família.

Como uma estratégia de promoção da saúde, dentro de suas dependências, está instalada a Academia Carioca da Saúde que oportuniza que a população local faça exercícios físicos, trazendo um impacto significativo para vida da população participante.
Durante a tarde, tivemos palestras sobre Saúde Bucal e acompanhamos os alunos da Academia Carioca em suas atividades cotidianas.

Na palestra de Saúde Bucal podemos observar algumas técnicas pedagógicas que avaliamos como excessivamente expositivas, impositivas, de culpabilização do indivíduo por seus problemas de saúde, técnicas das quais não correspondem ao modelo de acolhimento da saúde coletiva ao qual o projeto pretende atingir. Os usuários não foram motivados a participar e relatar os seus problemas, que estão relacionados diretamente à falta de informação das noções de higiene bucal. Antes da implantação da clínica, aquele território não tinha nenhum local de atendimento próximo da população, como relatou uma das usuárias que entrevistamos, conforme segue o link:

Entrevista com a usuária:

Reconhecemos a motivação dos profissionais da equipe de Saúde Bucal, porem é evidente a necessidade de uma reestruturação da estratégia de promoção à saúde, no que tange a realização das palestras.
Por outro lado, nos foi apresentado o projeto do escovário móvel, que foi construído por iniciativa de um morador da comunidade em parceria com o dentista Leonardo que integra a equipe de saúde bucal. O escovário móvel é uma estratégia de promoção à saúde bucal destinada principalmente às crianças, visa proporcionar ações educativas e de auto-cuidado para os membros da comunidade que ainda não estão freqüentando a clínica, em breve será apresentado à população em uma festa que será realizada em uma das áreas mais carentes da região, o Beco da Mijança.




VER SUS - Gestão em Saúde RJ

O VER SUS – Gestão em Saúde Rio de Janeiro trata-se de um projeto com parceria entre Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundação Osvaldo Cruz, Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e o Sistema Único de Saúde. O projeto consiste em vivencias e estágios na realidade do SUS para estudantes da área da saúde, pode ser entendido como uma tecnologia que objetiva integrar a educação em saúde e o próprio sistema de saúde. Para participar do projeto foram selecionados 15 alunos de diversos cursos da área da saúde – Bacharelado em Saúde Coletiva, Psicologia, Odontologia, Fisioterapia, Serviço Social, Medicina; esses alunos já possuem vínculo em outros projetos de pesquisa dentro de suas universidades, por esse motivo tornam-se atores ideais na implementação do projeto, terão acompanhamento constante de cinco professores, além de outros profissionais. Durante 15 dias a equipe participante do projeto vai conhecer inovações que foram implementadas no sistema de saúde do Rio de Janeiro, principalmente nas áreas de promoção em saúde e atenção primária.

TCHAU PORTO ALEGRE; OLÁ RIO DE JANEIRO!!!

Durante os primeiros 4 dias ficamos acomodados no Hotel Fazenda Ernani's Jungle em Barra de Guaratiba (foto ao lado).
No primeiro dia, houve a abertura oficial do VER-SUS na Clínia da Família Dr. Hans Junger Fernando Dohmann, na Praia da Brisa e fizemos uma oficina de Blog, no posto de saúde Dr. Alvimar de Carvalho. No Segundo dia fomos até a FIOCRUZ para oficina de vídeo, conforme postado em outro relato. No terceiro dia de VER-SUS acompanhamos os profissionais da Clínica da Família Dr. Hans Junger Ferando Dahmann em suas atividades.