quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UMA SIMPLES NOITE NO CAPS III

“A loucura é a vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.” (Lispector, Clarice - 1974)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CAPS III - UNIDADE DE SAÚDE DA ROCINHA


"Queremos uma sociedade em que ninguém vai te excluir, mas sim incluir. A nossa sociedade vai ser igual a sociedade de cada um."
Maria do Socorro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

BEM VINDOS À CIDADE DA ROCINHA!!!

As fotos abaixo foram tiradas no segundo dia de visita à comunidade da Rocinha, mas confesso que tinham me chamado atenção desde o primeiro dia, porém não me senti seguro suficiente para fotografar. Esse é um ótimo exemplo do perigo de uma única história, pois eu só conhecia a história contada pela mídia e achava que a Rocinha se resumia a um local de tráfico e violência.
Para minha surpresa, após postar essas fotos no facebook, recebi o seguinte comentário de uma das profissionais que conheci no CAPS:

" Engraçado, eu sempre quis fotografar as paredes informativas de lá e sempre tive medo de fazer isso e voltar no dia seguinte..." L.F.

Será que criar coragem para fotografar as paredes informativas, no segundo dia de visita, foi uma atitude de ingenuidade proporcionada por uma ilusão de segurança ou um real sentimento de acolhimento?
Acredito que jamais saberemos todas as respostas.

Saúde da Família

"A cobertura de 100% de saúde da família no bairro da Rocinha é a principal marca da reforma da atenção primária na cidade do Rio de Janeiro. Serviços personalizados e territorializados, onde o cidadão sabe qual unidade é responsável pela sua entrada no sistema único de saúde. Marcam a consolidação de um sistema único e universal. Certamente mais que a reforma do modelo da atenção a saúde, é fundametalmente uma reforma de sociedade."

Achei muito interessante esse comentário sobre a estratégia de saúde da família, até conhecer na prática a Rocinha. No segundo dia, o grupo de estudantes foi divididos em grupos menores que acompanharam as equipes da Unidade de Saúde da Rocinha. O meu grupo acompanhou um Agente Comunitário de Saúde e um enfermeiro para fazer um mapeamento da área pela qual são responsáveis. O mapeamento consiste em fazer um levantamento de quantas residências existe no local, visitar as casas dos usuários convidando os mesmos para conhecer à Clínica da Família.
Durante a jornada pela Rocinha pudemos observar a precariedade que aquela população vive (sobrevive), as casa estão amontoadas uma em cima da outra, muitas sem a mínima estrutura de saneamento básico, esgotos a céu aberto, pouca iluminação, lixo por todos os lados, e um cheiro quase insuportável; corredores estreitos, escuros e úmidos. Escadas que parecem nunca terminar e que dão a impressão que vão desmoronar a qualquer instante.
Será que com todas essas dificuldade que encontramos é possível ter noção de quantas pessoas vivem nesse território?
Acredito que não, pois alguns lugares são de difícil acesso e na maioria das vezes não encontramos ninguém em casa.
Além disso, as pessoas trabalham nos mais diversos horários Será que realmente a Unidade de Saúde presta serviços a 100% da população? Muitas daquelas pessoas só vêm para casa para dormir, em que momento os Agentes Comunitários localizam essas pessoas?







domingo, 23 de janeiro de 2011

CHIMAMANDA ADICHIE - The danger of a single story


Esse vídeo é uma homenagem a Nadine, para relembrar uma conversa que tivemos e se tornou uma otima oportunidade para reflexão. Nadine é de Guiné-Bissau, na Africa, faz mestrado na Fiocruz e tivemos a honra de ter sua companhia durante os 15 dias de vivências do VER-SUS.






sábado, 22 de janeiro de 2011

OFICINA DE FOTOGRAFIA COM PETER LLICCIEV


No sábado tivemos uma oficina de fotografia com o fotógrafo Peter Llicciev no hotel Granada. Tivemos noções de enquadramento, luz, foco e argumento para conseguir registrar o nosso olhar da melhor maneira possível. Após oficina teórica tivemos a oportunidade de fazer uma saída de campo para o bairro Santa Teresa com o objetivo de treinar e aprimorar na prática nossos novos conhecimentos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

VISITA A UPA MANGUINHOS


Durante a visita a UPA Manguinhos (Unidade de Pronto Atendimento) que funciona durante as 24 horas do dia, sete dias por semana, tivemos a oportunidade de conhecer todas as instalações do serviço, que tem por especialidade o serviço pré-hospitalar específico para pequenas e médias urgências e emergências, inclusive odontológicas. Os casos mais graves são acolhidos e permanecem na unidade até que sejam removidos para um hospital de referencia.
A UPA Manguinhos está inserida no Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção à Saúde que é subordinada à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Podemos observar que no dia da visitação não havia nenhum profissional de odontologia. Quando questionamos a responsável que nos acompanhava, fomos informados que na Unidade o atendimento odontológico ocorre apenas uma vez por semana, ou seja, apesar de informar que possui atendimento 24 h, quando o usuário necessitar de um atendimento odontológico nos dia que o profissional não se encontra terá que recorrer a outro serviço público de saúde ou mesmo um serviço particular, caso tenha condições financeiras para isso. Tratando-se de uma comunidade carente, acredito que a maioria fica sem atendimento, mesmo que fosse agendado para outro dia, o profissional não conseguiria atender a demanda dos outros seis dias em apenas um.
Durante a visita tivemos oportunidade de conversar com a profissional responsável pelo Serviço Social da Unidade, além de socióloga, também atua como professora de sociologia na rede estadual e privada. Na entrevista abordamos a questão da UPA estar localizada em uma área geográfica de risco, a comunidade de Manguinhos e pela sua proximidade com o Complexo do Alemão. A entrevistada explicou que existe uma necessidade dessa Unidade de saúde ser acolhida pela comunidade para seu funcionamento e que uma das estratégias utilizadas é a contratação de profissionais de saúde que residam naquela área.
Além disso, relatou que as maiores demandas de atendimento são os casos de violências doméstica (mulheres, crianças e idosos), tuberculose, meningite e vítimas de armas de fogo.
Questionamos a profissional sobre casos de violência contra a população LGBT (lésbicas, gueis, bissexuais, travestis e transgêneros), que não havia mencionado no seu relato, ela informou que naquela unidade não havia sido efetuado nenhum atendimento desse tipo que fosse de seu conhecimento.
Nos casos de violência doméstica existe uma preocupação do serviço em fazer um acompanhamento investigativo, quando existe uma suspeita de violência contra criança, por exemplo; inclusive mencionou que se necessário o Conselho Tutelar é acionado, além disso, esses casos são notificados para gerar indicadores de violência. No entanto, compartilhou sobre a dificuldade em investigar casos de homofobia e encaminhar, pois ainda não existem lugares especializados. Admitiu também que para outros casos de violências sabe para onde encaminhar e de que maneira proceder, mas que nos casos de homofobia até tem anotado como proceder, mas não está na ponta da língua. Também relatou que existem casos que a vítima não faz a denuncia ou não percebe que foi vítima de homofobia.
Os questionamentos que faço são em relação a existir um hábito, dentro dos serviços de saúde, para investigação de outros tipos de violência, mas nos casos da população LGBT os profissionais estão preparados para intervir?
Se não existe uma preparação dos profissionais para atender adequadamente essa demanda, investigar possíveis casos, acolher essa população vítima de violência e preconceito; para o SUS é como se essa demanda não existisse, se não existe notificação, muito menos haverá criação de indicadores sobre homofobia.
Inclusive a profissional não tinha conhecimento sobre a ampliação do disque 100, no ano passado, canal de denuncia sobre violação de Direitos Humanos para atender também a população LGBT.
É de suma importância a necessidade de capacitação dos profissionais da saúde, desde sua formação acadêmica e também através da educação permanente em saúde para atender toda população, independente de etnia, identidade sexual, religião,etc. Respeitando o príncio de universalidade do SUS - a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ENTREVISTA COM LEONARDO GONÇALVES


Acima temos o link da entrevista realizada com Leonardo Gonçalves, dentista da Clínica da Família Dr. Hans Junger Fernando Dohmann, na Praia da Brisa.
Nesta entrevista, Leonardo relata sua visão sobre saúde e integralidade na atenção básica, sobre o quanto o trabalho realizado na clínica mudou sua visão em relação ao SUS e a Saúde Coletiva, sua participação no projeto Dente Escola da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, a estrutura do espaço da equipe de odontologia dentro da clínica, também fala sobre a iniciativa do escovário móvel e sobre a Saúde Coletiva na sua formação acadêmica.
A parte que mais me chamou atenção foi quando ele relata que só percebeu a importância da Saúde Coletiva em sua formação depois que começou a trabalhar na Clínica da Família, pois achava um desperdício durante a graduação. Esse relato me trás algumas inquietações em relação à pedagogia utilizada, durante a graduação dos profissionais da área da saúde, para contrução de uma disciplina que aborte a temática do campo da Saúde Coletiva.
O que se faz necessário para que os graduandos percebam a importância da Saúde Coletiva? Qual estratégia devemos utilizar?
Acredito que o VER-SUS é uma importante ferramenta que nossa sociedade possui para mostrar parte realidade do SUS e a importância da Saúde Coletiva. O que nos revela um desafio e um assunto para ser pesquisado, aprofundado e discutido coletivamente ente a academia, os serviços de saúde, em todas as esferas de governo e na comunidade em geral.