Durante a prática da escuta sensível entendo como necessário o exercício da alteridade, colocar-se no lugar do outro e a partir disso conseguir compreender qual postura adotar diante da situação. Esse processo faz parte do acolhimento e deve ser singularizado, ou seja, seus encaminhamentos desenvolvidos a partir de cada situação, sem normas ou prescrições. Em diversas situações, o problema pode ser resolvido sem a necessidade de nenhum encaminhamento, pois a necessidade do outro está em ser ouvido. Ao relatar seu problema para o "outro" temos oportunidade de ressignificar a situação que está sendo relatada e reavaliar nossa própria postura naquele contexto.
De acordo com Merhy (2013), o encontro com o "outro" é uma arte a céu aberto e se faz no cotidiano. Quando encontramos alguém, encontramos uma obra de arte, pois todos na produção de suas existências produzem obras de arte. A própria existência é uma obra de arte tão instigante quanto qualquer pintura genial. As obras de arte nos convocam a colocar nosso corpo sensível antes dos nossos pensamentos. A obra de arte consegue nos convocar sensivelmente para depois pensar. Quando chegamos pensando antes para ver a obra, nós não conseguimos ver a obra, pois não deixamos a obra nos ver antes. Isso é uma questão fundamental na área da saúde: quando estamos na prática de cuidado e não conseguimos ver o "outro" que está nos vendo, reproduzimos a mesma coisa, chegamos com o pensamento antes, com o corpo pensamento antes. Quando não chegamos com o corpo sensível no encontro com o "outro", que é uma obra de arte, para se expor ao momento e explorar a riqueza desse momento, que é a riqueza artística da existência de cada um. Quem não conseguir fazer isso, na área da saúde, sempre fica devendo na prática de cuidado, porque ele acha que está cuidando do "outro" sem nem saber quem é esse "outro".
O trecho acima foi transcrito da entrevista do Emersom Elias Merhy para Rádio Web Saúde UFRGS, durante a realização do Encontro Regional Sudeste da Rede Unida no Parque Inhotim - Minas Gerais, realizado em agosto de 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_F_g5ihrJtA
De acordo com Merhy (2013), o encontro com o "outro" é uma arte a céu aberto e se faz no cotidiano. Quando encontramos alguém, encontramos uma obra de arte, pois todos na produção de suas existências produzem obras de arte. A própria existência é uma obra de arte tão instigante quanto qualquer pintura genial. As obras de arte nos convocam a colocar nosso corpo sensível antes dos nossos pensamentos. A obra de arte consegue nos convocar sensivelmente para depois pensar. Quando chegamos pensando antes para ver a obra, nós não conseguimos ver a obra, pois não deixamos a obra nos ver antes. Isso é uma questão fundamental na área da saúde: quando estamos na prática de cuidado e não conseguimos ver o "outro" que está nos vendo, reproduzimos a mesma coisa, chegamos com o pensamento antes, com o corpo pensamento antes. Quando não chegamos com o corpo sensível no encontro com o "outro", que é uma obra de arte, para se expor ao momento e explorar a riqueza desse momento, que é a riqueza artística da existência de cada um. Quem não conseguir fazer isso, na área da saúde, sempre fica devendo na prática de cuidado, porque ele acha que está cuidando do "outro" sem nem saber quem é esse "outro".
O trecho acima foi transcrito da entrevista do Emersom Elias Merhy para Rádio Web Saúde UFRGS, durante a realização do Encontro Regional Sudeste da Rede Unida no Parque Inhotim - Minas Gerais, realizado em agosto de 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_F_g5ihrJtA
Acesso em: 20 de ago. de 2014.
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