quarta-feira, 11 de julho de 2012

"O Veneno Está na Mesa", de Silvio Tendler.

O documentário de Silvio Tendler começa denunciando que desde o ano de 2008 o Brasil é o país do mundo que mais utiliza agrotóxicos na produção agrícola, e que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. O jornalista e escritor Eduardo Galeano participa deste documentário, falando sobre o divórcio que existe entre os direitos humanos e os direitos da natureza, no que tange utilização dos agrotóxicos na produção agrícola, sendo permitido pelos países do governo progressista, em nome da produtividade justificado por um critério economicista e pelo progresso da humanidade. Isso revela a contradição existente a partir do momento que se aceita a utilização dos agrotóxicos como uma necessidade inevitável, sem levar em consideração os danos causados tanto a natureza quanto na população. O Brasil ainda permite a utilização de agrotóxicos que já são proibidos em diversos países do mundo devido ao grande perigo que oferecem à saúde pública.

No relato de diversos agricultores sobre a revolução verde, que apagou todo o acumulo de conhecimento da agricultura tradicional ao longo dos 10 mil anos da história da humanidade. Até os anos 80, a produção de produtos agrícolas a partir das sementes crioulas (tradicionais), era satisfatória para a agricultura familiar, entretanto as grandes empresas começaram a fornecer suas sementes que significaram um grande aumento nessa produção. Por exemplo, com as sementes crioulas a produção de milho por hectare era de 50 sacos, com as sementes das empresas agrícolas dobrava a produção para 100 sacos de milho por hectare, com um custo reduzido. Porém a estratégia dessas empresas fez com que os produtores perdessem o controle sobre as sementes, em dez anos já não existia mais sementes crioulas, o que os fez totalmente dependentes das sementes das grandes empresas. Atualmente, as sementes são transgênicas que forçam o agricultor a adquirir o "pacote completo" dessas empresas, que inclui os produtos químicos para que se tenha produção. Por causa desse novo modelo, de monocultura, do agronegócio dependente da utilização dos agrotóxicos para produção, está causando a contaminação das águas, do solo, das pessoas, do ar, etc. A grade questão é até quando nossa sociedade vai tolerar essa situação, do que ainda precisamos para nos dar conta que esse modelo do agronegócio só prejudica a saúde da população e a natureza e que não podemos mais aceitá-lo.

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